domingo, 22 de novembro de 2009

Fobias e ansiedade

"O grito" Van Gogh

A palavra fobia deriva de Phobos, deusa grega do medo. Uma fobia é um medo persistente e irracional que resulta no evitamento de forma consciente de objectos, actividades, situações ou animais que são temidos. A fobia consiste num aumento da ansiedade, até limites que impedem a pessoa de funcionar normalmente e que causa um mal-estar enorme. Existem diversos tipos de fobia: medo dos espaços fechados e abertos, medo de aranhas, cobras, cães, alturas, sangue, medo de morrer, medo da vida social, entre outras. No entanto as fobias são medos deslocados sobre algo que existe ao nível inconsciente, logo são deslocados sobre um objecto do consciente, mais suportável e que permite à pessoa ir funcionando, ou seja, são conflitos psicológicos internos relacionados com angustias de desamparo, que aparecem sobre a forma de ansiedade face a algo ( objecto fobigeno)e, que se traduzem em medo e evitamento. Pode existir ainda uma atitude contrafóbica, a pessoa em vez de evitar o medo, enfrenta-o. São exemplos disso, os desportos perigosos, em que a pessoa pode estar a exibir um comportamento contrafóbico. Por vezes até um simples pensamento sobre o objecto fóbico, pode causar ansiedade, não é preciso estar na presença da causa da fobia.

Características clínicas das fobias: as fobias caracterizam-se pelo aparecimento de crises de ansiedade extremas, quando a pessoa é exposta ao objecto ou situação, e pode apresentar rubor intenso da face, e situação generalizada de pânico,vertigens , suores intensos, suor na palma das mãos ( resposta galvânica da pele) e isolamento social.

Dependências de álcool e drogas e depressão grave podem ser aspectos associados ao agravamento das fobias quando elas existem, uma vez que só sob o efeito de substancias o sujeito suporta a ansiedade.

Quando é que se pode dizer que estamos perante uma fobia: quando o medo persiste perante um objecto, animal ou situação, ou pensamento que desperte a ansiedade. Nessas situações a ansiedade aumenta, quando a pessoa evita de forma intensa essas situações, fica num estado de ansiedade extrema, que a impede de fazer a sua vida normal no trabalho, em casa, socialmente, conduzindo a estados depressivos que se agravam ao longo do tempo.

Como se tratam as fobias: existem diversas formas de tratar as fobias, desde medicamentos a terapias de dessensibilização sistemática, entre outros, no entanto este tipo de tratamentos apenas resolve temporariamente. Os sintomas voltam mais tarde ,até de outra forma, incidindo sobre outra situação. A psicoterapia dinâmica/psicanalítica é a forma mais eficaz de tratar as fobias, na minha opinião, pelos resultados da prática clínica e pelos estudos sobre o tema, baseados nessa prática de investigação . A pessoa vai explorando com o psicoterapeuta a origem dos medos. O pano de fundo de uma fobia é sempre uma angústia de desamparo enorme, que aparece num medo deslocado (objecto fóbico), e uma depressão latente que mais cedo ou mais tarde acaba por aparecer quando o sofrimento se torna insuportável.

Ao entender e elaborar os verdadeiros motivos das fobias e, com base na relação nova de segurança que vai estabelecendo com o psicoterapeuta ou analista, durante o processo a fobia melhora bastante de inicio, desaparecendo ao fim de algum tempo. O medo desaparece. A pessoa fica mais capaz de conduzir a sua vida.