sexta-feira, 30 de abril de 2010

O dia da mãe e a importância da sua presença na vida dos filhos.


Desde a Grécia antiga que se festeja o dia de Rhea a Mãe dos Deuses no inicio da Primavera. Séculos mais tarde (sec. XVII) em Inglaterra o quarto domingo da quaresma passou a ser dedicado ás mães das operárias, e nesse dia era possível ficarem em casa e desfrutarem o “Mothering Day” na companhia das suas progenitoras. Nos estados unidos em 1872, com a criação do Hino da Batalha da Republica foram dadas as primeiras indicações para a celebração desse dia. Mas, só em 1912 quando Anne Jarvis, uma jovem norte americana perdeu a mãe e entrou em depressão profunda foi lançada a primeira sugestão para a celebração do dia da mãe. Todos os anos na data que a mãe faleceu era celebrado o seu dia. Rapidamente se alastrou a toda a América e mais tarde à Europa e outros países. Hoje em dia é celebrado com uma componente comercial muito forte, incentivando ao consumo de prendas, para oferecer às mães.
A importância do papel da mãe é indiscutível hoje em dia. Com o contributo da psicanálise percebeu-se que a mãe tinha outro papel que não passava só por alimentar e cuidar. Como dizia Winnicott “a mãe é o primeiro espelho da criança”, sendo a partir desse olhar em que se revê e se constrói enquanto ser humano que se vai estruturar o seu mundo interno, criando laços de segurança que lhe permitem construir alicerces emocionais seguros para uma vida adulta saudável e produtiva nos seus diversos aspectos.
E é a partir do reflexo do espelho da mãe que a criança se vai reconhecendo, vai sentir que é amada, e vai passando a existir e construir a sua identidade.

É a mãe pelo seu discurso que vai ensinando a criança a ler e a compreender o mundo à sua volta, ajudando a criança a dar significado aquilo que a rodeia.

É a mãe que por assim dizer trata a informação que o bebé recebe, que a transforma, reduzindo os seus estados de tensão e de mal-estar e facilita a adaptação e o bem-estar do bebé.

É este trabalho mental da mãe de transformação dos estados da criança, de «continente psíquico», que salvaguarda a qualidade das suas primeiras experiências e que são decisivas para o sentimento do “EU”, e indispensáveis para a sua formação e desenvolvimento.
É a mãe a fundadora dos valores e das auto-representações da criança. É ela enquanto primeiro elemento de vinculação, que vai a criança a “ler o mundo à sua volta” e a tornar-se pessoa. A mãe é pois um importante modelo de identificação para o filho.

Porém, não podemos deixar de referir que o amor maternal é algo infinitamente complexo e imperfeito;

O amor Materno depende não só da história pessoal de cada mulher, da oportunidade da gravidez, do seu desejo da criança, da relação com o pai mas também de factores sociais, culturais e profissionais.

Não é raro verificar que em relação aos filhos, todas as mulheres repetem a história da sua própria relação com a sua mãe.
Ser mãe é pois um grande desafio. Infelizmente não há receitas para ser mãe e não há mães perfeitas!

O Ideal é uma mãe “suficientemente boa” atenta e disponível para estar presente com a criança em todas as fases do seu desenvolvimento e pela vida fora. Ser mãe é um compromisso de amor para a vida toda.