quarta-feira, 1 de julho de 2009

Patologia Borderline

Este transtorno de personalidade está a tornar-se um problema psicossocial grave. A mudança nas relações familiares, a alteração de papéis parentais, a falta de tempo dos progenitores entre outros aspectos são apontados como causas para o aumento desta estrutura de personalidade.
O surgir desta patologia é instável, começando normalmente esse distúrbio no início da idade adulta, com episódios de sério descontrole afectivo e impulsivo. O prejuízo resultante desse transtorno e o risco de suicídio são maiores nos anos iniciais da idade adulta e diminuem gradualmente com o avanço da idade. Durante a faixa etária entre os 30 e os 40 anos, a maioria dos indivíduos com este tipo de personalidade adquire maior estabilidade em seus relacionamentos e funcionamento profissional.
Também se sabe que o Transtorno da Personalidade Borderline é cerca de cinco vezes mais frequente em famílias cujos pais também tem esse tipo de transtorno.

O Borderline apresenta transtornos em quase todas as áreas da sua vida principalmente nas relações interpessoais, na profundidade (qualidade) dos sentimentos, na identificação e na empatia, na atitude social, no controle da vontade (volição), na capacidade para o trabalho, na necessidade de prazer, na vida sexual, no controle das emoções, na capacidade de fantasiar, na elaboração e valoração dos ideais e no planeamento dos objectos de vida.
As relações com o outro são superficiais, carecendo de profundidade de sentimentos, de constância, empatia e consideração pelos demais.

O quadro clínico apresenta os seguintes sintomas de uma forma geral:

Angustia, incapacidade para sentir, falta de limites, desrespeito pelos outros, comportamento anti-social, depressão com sentimentos de solidão e vazio, intolerância à frustração, comportamentos automutilantes (cortes, queimaduras feitos ao próprio), anedonia (incapacidade de sentir prazer), comportamentos de risco, consumos de drogas e álcool, promiscuidade sexual, incapacidade para o trabalho, fobias, obsessões e compulsões, dissociações, surtos psicóticos breves, entre outros sintomas.

Este tipo de transtorno é mais frequente no sexo feminino e a sua incidência tende a aumentar. Cada vez mais pessoas com este tipo de transtorno procuram os serviços dos psicoterapeutas, que pode ter sintomas mais ou menos graves mas cuja queixa principal é a incapacidade de funcionar e o sentimento de vazio. Muitos destes pacientes tem que ser ajudados pela família na procura de ajuda psicoterapêutica, uma vez que a maioria não reconhece que tem um problema.